14 de junho de 2012

Reunidos em Seu Nome



Porque onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles(Mateus 18:20)

Ninguém gosta de solidão. Isso é um fato! Fomos criados como seres relacionais. Sobrevivemos até os dias de hoje justamente porque há em nós o conceito e desejo de relacionamentos implantados no nosso ser. E então, quando chegamos dentro da igreja, além de encontrarmos pessoas com quem podemos nos relacionar, ainda encontramos um amigo maior do que todos os outros: JESUS, que nos faz uma promessa tão bela e reconfortante quanto a registrada no versículo acima. Isso tudo é muito bom!
Mas há um detalhe que precisamos levar em consideração. É que gostamos especialmente da parte final do versículo, em que Jesus diz que estará conosco quando nos reunirmos. O problema é que deixamos passar uma expressão tão pequena e singela, mas ao mesmo tempo tão importante: “em Meu nome”. Essa expressão tão curta carrega tanto significado em si. E precisamos, enquanto igreja, entender esses significados se quisermos ser efetivamente acompanhados por Jesus em nossos encontros.
Reunidos “em Meu nome” significa: reunidos como “Meus representantes”, quase como que procuradores, ou seja, que estão respondendo por aquele a quem representam; que buscam o interesse e a vontade dele. Por isso, reunidos “em Meu nome” quer dizer: reunidos para fazerem a MINHA vontade (palavras de Jesus).
Somos uma igreja cristã, e por isso não podemos conceber a ideia de caminharmos sem a companhia de Cristo. Mas para termos essa companhia precisamos diariamente analisar nossa conduta de igreja, nossas decisões, nossas prioridades, nossa forma de administrarmos nossas finanças e, principalmente, nossa forma de nos afastarmos do pecado.
Ficam as perguntas: será que temos mesmo nos reunidos em nome de Jesus? Em que podemos melhorar.
Deus nos abençoe nessa análise!

Rev. Luiz Henrique Cabral

A igreja


Alguém certa vez disse que a igreja se parece com a arca de Noé: só se aguenta o cheiro do lado de dentro por causa do dilúvio do lado de fora. Eu vejo muita lógica nesse pensamento, mas não consigo gostar dele. Sei que realmente não somos, enquanto igreja, algo que podemos classificar como perfeito, mas sei que nenhuma outra entidade, nenhum outro órgão, nenhuma outra sociedade, nenhum outro ajuntamento de pessoas ou qualquer coisa semelhante conseguirá se aproximar tanto da perfeição como a própria igreja. Digo isso por 3 motivos:
1) Porque “próximos da perfeição” pode ser interpretado como “próximo daquEle que é perfeito”, e nesse quesito ninguém ganha desse ajuntamento de pessoas que leva o título de igreja. Ninguém consegue estar tão perto (ou próximos) de Deus quanto o coletivo de Seus filhos.
2) Além disso, “próximos da perfeição” também tem a ver com a perfeição individual, ou seja, com o “sermos perfeitos”. Realmente não somos perfeitos, mas nenhum outro grupo caminha tão destemidamente rumo à perfeição quanto o povo de Deus. Para a igreja, buscar a perfeição é um ato de obediência, afinal, o próprio idealizador da igreja nos deu essa ordem: “Sede santos porque Eu sou Santo” (Lv 20:7 e 1 Pe 1:16).
3) Por último. Ninguém está tão próximo da perfeição quanto a igreja porque é justamente nela que se encontra o grupo e pessoas que já teve sua lista de pecados (ou imperfeições) perdoada, redimida, cravada na cruz. Quer maior perfeição do que isso?!
Nessa hora me lembro das palavras do alemão Martinho Lutero, que dizia: “sei que não sou quem eu deveria ser, mas sei também que, graças a Deus, já não sou mais quem eu era.” E você, já experimentou dessa proximidade? Então venha à nossa igreja.
Você é meu convidado.
Rev. Luiz Henrique Cabral

Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?


Achei profético e esclarecedor esse texto do Reverendo Augustus Nicodemus Lopes.
Publico-o na expectativa de que ele clareie a visão de quem sofre de 'miopia espiritual'.
Boa leitura e fiquem com Deus.
Luiz Henrique Cabral


Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.
Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.
- Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele.
- Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.
- Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.
- Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
- Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
- Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.
- Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo.
- Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco.
- Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.
- Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.
- Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus.
- Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde.
A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia…

Por Augustus Nicodemus

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Augustus Nicodemus escreve para O tempora, O mores. Divulgação: Púlpito Cristão.