23 de abril de 2012

O Modelo de Serviço de Jesus.


João 13:1 a 5
1 Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. 2 Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus, 3 sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus, 4 levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. 5 Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.

Introdução:
O que ocorreu nessa cena é que Jesus assumiu um papel que não era seu. O papel de servo em uma casa cheia de convidados.
O serviço de lavar os pés era algo muito comum naquela época e naquele lugar, pois não havia pavimentação nas ruas, todos usavam sandálias e o clima quente e seco deixava todos os caminhos permanentemente empoeirados. Lavar os pés, portanto, era algo muito necessário.
No entanto, naquela casa, talvez pela correria do evento em questão (a ceia de páscoa), o fato é que ninguém lavou os pés aos convidados.
Jesus aproveitou a situação e fez o que ninguém quis fazer. Assumiu a tarefa que era dos servos e lavou os pés aos discípulos.
Diante da realidade da época, portanto, percebemos que a atitude de Jesus em lavar os pés dos discípulos aparece recheada de ensinamentos. Aqui nós iremos mencionar 3 desses ensinamentos que Jesus transmite por seu modelo de serviço.

1º ensinamento: DESPRENDIMENTO
Quando leio esse texto imagino que Jesus estivesse no lugar mais importante da mesa. Portanto, para assumir o papel de servo era-lhe necessário primeiro se desprender da condição em que se encontrava: a de convidado de honra.
Jesus, então, levantou-se porque viu que servir aos discípulos era melhor do que permanecer na condição em que estava. Ele se desprendeu da sua condição ou posição.
Depois, de acordo com o versículo 4, Jesus retirou sua capa. Ele preferiu servir sem embaraços a manter-se confortável e aquecido. Ele se desprendeu de seu conforto.
Em seguida colocou uma toalha em volta da cintura. Ele sabia que serviria melhor se estivesse vestindo como um escravo. Jesus se desprendeu de sua imagem.
Filipenses 2:6 a 11 diz que Jesus já havia “se esvaziado de si mesmo” “assumindo forma de servo”. O que Jesus fez naquela ceia, então, foi simplesmente traduzir em gestos as palavras de Fp. 2:6 a 11.
O desprendimento, portanto, é a primeira característica do modelo de serviço de Jesus.

2º ensinamento: AMOR
Todos os temas teológicos da bíblia existem por causa do amor de Deus. A criação reflete o amor de Deus. A graça só é graça por causa do amor. A redenção, a salvação, a volta de cristo e até a disciplina não existiriam se Deus não amasse ao mundo. Com o serviço não poderia ser diferente.
Cristo serviu aos discípulos por causa do amor que sentia por eles e pela humanidade.
Jesus amou os seus, e, segundo o texto, “os amou até o fim”. Isso significa que em nenhum momento ele deixou de amá-los, independente das ações deles.
“Amou até o fim” também significa dizer que amou de tal forma, e com tal intensidade, que esse amor o conduziu ao seu próprio fim. O amor de Cristo pelos “seus que estavam no mundo” (v. 1) era maior do que o amor que Ele tinha por si mesmo. Esse deve ser o nosso padrão de amor de uns para com os outros.
De acordo com 1º Coríntios 13:1 a 3, de nada nos adiantam os nossos feitos, por mais belos que eles sejam, se não são motivados pelo amor. O motor das nossas ações precisa ser o amor a Deus e aos demais irmãos.
O amor, portanto, é a segunda característica do modelo de serviço de Jesus.

3º ensinamento: EXEMPLO
Jesus serviu porque sabia que o tempo que lhe restava com os discípulos era pouco, e que havia algo que precisava ser reforçado.
Reflita comigo: se você estivesse no lugar de Jesus, tivesse passado os três últimos anos ensinando aquele grupo sobre vários temas diferentes, soubesse que vai deixá-los e que só tem tempo para mais uma única lição ao grupo. Que lição você escolheria?

Jesus escolheu ensiná-los a servir.

Somente olhando desta forma é que percebemos a importância deste tema.
Cristo resolveu passar os últimos momentos com os discípulos ensinando-os a servir uns aos outros.
Isso é tão verdade que mais a frente, no verso 15, Jesus diz “eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz”.
Eu poderia ter colocado esse como o primeiro ou o segundo ponto dessa reflexão, mas coloquei como o último porque precisamos entender que tudo fica sem sentido se não olharmos para o gesto de Jesus como algo a ser aprendido e imitado.
De nada valeria dizer que Cristo amou se não terminássemos dizendo que precisamos aprender a amar.
De nada valeria dizer que Cristo se desprendeu da situação em que estava se não terminássemos dizendo que precisamos aprender a nos desprender dos confortos que nos cercam e daquilo que possuímos por direito.
Jesus veio ao mundo para salvar a humanidade. Ele veio para que o preço do pecado fosse pago. Ele veio para consumar a obra de Deus.
Mas para que Jesus salvasse o mundo ele precisaria simplesmente morrer por nós e ressuscitar. Por que, então, ele passou tanto tempo vivendo entre nós se tudo o que bastava era morrer e ressurgir?
A resposta é: para nos ensinar a viver.
Que ironia! Deus se fez humano para ensinar os seres humanos a serem mais humanos.
Cristo serviu pedagogicamente. Serviu para nos ensinar a servir, mas também porque sabia que assim ele nos ensinaria a amar e a nos desprender da vida.

Conclusão:
Precisamos ter sempre em mente o modelo de serviço que Jesus mostrou ao mundo, lembrando da necessidade de amarmos ao outro ao ponto de sairmos de nossa zona de conforto, abrirmos mão do calor de nossas capas e caminharmos de bacia nas mãos e toalha na cintura na direção do nosso próximo.
Precisamos ver vida de Cristo não somente como um ato redentor de Deus, mas como um ato pedagógico, visando tornar os seres humanos cada vez mais humanos.
Quero encerrar com uma frase do próprio Cristo. No verso 17 do mesmo capítulo ele nos diz: “Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem”.

Glória seja somente a Deus

Luiz Henrique B. Cabral


17 de abril de 2012

Pai Presente

“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei”
(Isaías 49:15 e 16a)


Um grande amigo, o Pr. Paulo Andreussi, co-pastor na nossa igreja, escreveu um texto para nosso boletim semanal que eu gostaria de compartilhar nesse nosso espaço de conversa. Acompanhe e boa leitura.


A família foi projetada por Deus para ser um lugar de presença, o lar é um projeto de Deus para resolver o problema da solidão (GN. 3:1-9).
Em Deuteronômio 6:4-9, Deus ensina que para se ter uma nação forte seria necessária uma família forte e esta seria fruto de um profundo relacionamento (convivência natural) amoroso dos Pais com os seus filhos, o texto diz “Ouve, ó Israel... Que estas palavras que hoje te ordeno estejam no teu coração! Tu as inculcarás aos teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé...”
Contudo a folha de São Paulo de 16 de julho/95 trouxe uma constatação assustadora: “a família moderna gasta em média 40 segundos por dia com os filhos”. Podemos fazer uma análise comparativa da ordem bíblica com a reportagem da folha, e chegaremos à conclusão que de fato há algo de muito errado com a família moderna. Somos hedonistas (buscamos o nosso próprio prazer) e individualistas, celebramos o prazer e o individualismo como se fossem naturais. A maioria dos pais hoje são ausentes.
De fato, precisamos em primeiro lugar nos voltar para Deus, reconhecer nossa omissão familiar e nos arrependermos do pecado do abandono que temos cometido contra nossos filhos.

Rev. Paulo Andreussi