22 de outubro de 2010

Tende Bom Ânimo


Marcos 10:46-52
46 - Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho 47 - e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! 48 - E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! 49 - Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. 50 - Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. 51 - Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver. 52 - Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora.

Há poucos dias, na Itália, o time do Brasil conquistou o título de “tri-campeão mundial de vôlei masculino”, e quem já assistiu a algum jogo dessa seleção sabe que o técnico do time brasileiro é famoso por não ficar parado ou calado por um segundo sequer durante os jogos. Ele sempre passa o jogo todo imprimindo ânimo no time.
O mesmo se dá enquanto igreja e enquanto cristãos. Precisamos ter em mente que em nossa caminhada com Deus o ânimo é fundamental.
É fato que Deus já nos deu motivos de sobra para ficarmos animados, mas não é esse o foco dessa mensagem de hoje.
Ao invés disso, quero apresentar a vocês, olhando para o texto lido, 3 momentos em que o ânimo é essencial para a igreja de Deus; 3 circunstâncias em que o ânimo se faz necessário.
Vamos lá:
1) - A igreja precisa ter ânimo para clamar a Cristo.
Antes de falar do nosso texto, quero lembrar que muitos milagre de Jesus haviam sido realizados pouco antes dessa passagem. Próximo a essa história há o relato de uma cura de um jovem possesso, a cura de um surdo e gago, a segunda multiplicação dos pães uma até mesmo a cura justamente de um cego, em Betsaida.
Portanto, já deveria ter chegado aos ouvidos de Bartimeu, o homem de nossa história, a fama de Jesus, tanto é que o chamou de Filho de Davi.
Aposto que as pessoas que passavam por aquele cego acabavam comentando: “Olha, um tal de Jesus anda por aí curando as pessoas. Dizem que curou um cego em uma cidade próxima daqui. Quem sabe Ele não poderia curar você também?!”
Qual, então, não teria sido a alegria de Bartimeu ao receber a notícia de que esse Jesus estava passando bem ali, na sua frente!
Mas Bartimeu, por ser cego, não sabia para que lado se dirigir. Não sabia nem mesmo se Jesus ainda estava longe ou se já tinha passado.
No entanto, tinha uma coisa que Bartimeu sabia: ele sabia que não podia desperdiçar aquela chance que estava tendo. E foi exatamente por disso que ele encheu-se de ânimo e passou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”
E o verso 48 nos diz que as pessoas em volta mandavam que ele se calasse. Em resposta a isso, o texto diz que Bartimeu gritava ainda mais “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”
Se Bartimeu não tivesse ânimo suficiente não teria clamado pela compaixão de Jesus, ou talvez até tivesse clamado, mas teria silenciado no momento em que as pessoas o mandassem ficar quieto.
E conosco acontece da mesma forma: precisamos ter ânimo para clamar a Cristo, e precisamos saber que o mundo sempre vai nos mandar calar a nossa voz. A televisão nos manda correr em sentido contrário ao que a Bíblia prega. Nossos amigos e nossos patrões nos mandam lutar com as nossas próprias forças para atingir os alvos desejados. As circunstâncias nos fazem pensar que Cristo não nos ouvirá.
A igreja precisa ter ânimo para clamar a Cristo.
O ânimo que Bartimeu demonstrou precisa ser encontrado também em nosso meio hoje. O mesmo Jesus que atendeu ao pedido daquele homem também nos disse: pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á. O ânimo que aquele cego teve em clamar a Jesus por compaixão também precisa estar dentro de cada um de nós para que peçamos a Deus por nossas necessidades, busquemos pelas respostas e pelos milagres de Deus e batamos nas portas do céu através das nossas orações. Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.
A igreja precisa ter ânimo para clamar a Cristo.

2) - A igreja precisa ter ânimo para experimentar milagres.
Lendo os versos 49 até o 51 vemos que Bartimeu não estava apenas querendo chamar a atenção de Jesus para que este lhe fosse ao encontro. Ele estava animado o suficiente para lançar de si a capa, para levantar-se de um salto e para ir ter com Jesus, como o texto nos mostra.
Depois de ter contado toda essa história preciso lembrar a cada um de vocês que o Jesus que trouxe cura e libertação ao cego Bartimeu ainda permanece em nosso meio hoje.
O poder que venceu a morte, que multiplicou pães e peixes, que restaurou a vista aos cegos e tudo o mais, não está perdido em um passado distante, mas faze parte da nossa realidade também. O Jesus de ontem é o mesmo de hoje. Deus não muda. Ele ainda é o mesmo e Seu poder também.
Da mesma forma como Jesus estava ao lado de Bartimeu, também está ao nosso lado hoje. Se aquele homem, sentado na beira do caminho, precisava clamar por Cristo para ser atendido em seus pedidos, conosco não acontece diferente.
Da mesma forma como Jesus estava bem na frente de Bartimeu mas este não conseguia saber ao certo onde, pois seus olhos estavam fechados, também afirmo que Ele está todos os dias aqui, ao nosso redor, passando na nossa frente, curando pessoas, respondendo orações, libertando de vícios, reconstruindo famílias, e nós como Bartimeu, apesar de estarmos no meio de tudo isso, muitas vezes não conseguimos ver nada. Não sabemos se Cristo ainda está aqui ou se já foi. Não sabemos se já chegou ou se ainda vem.
É necessário entender que Jesus nunca teve a intenção de passar despercebido. Nem naquele tempo, nem aqui, ao nosso lado. Mas também precisamos entender que é nosso papel clamar pela compaixão e pela misericórdia dEle. Sem ânimo não experimentaremos dos milagres que Ele tem preparado para dar aos seus filhos. É por isso que eu digo que precisamos ter ânimo para experimentar milagres.
Muitas outras pessoas têm tido a oportunidade de ter orações respondidas. Muitas mães têm resgatado seus filhos e seus maridos do mundo. Muitas igreja têm experimentado crescimento em número e em qualidade. Muitos crentes têm sido usados por Deus para fazer milagres e para salvar vidas do inferno e tudo isso porque simplesmente tiveram ânimo suficiente para clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Ânimo é a vontade de colocar sua fé em prática. Ânimo é correr para a Bíblia todo instante em eu você encontra um tempo livre na sua agenda. Ânimo é você se dispor para exercitar durante a semana aquilo que o pastor pregou domingo à noite. Ânimo é você dobrar os joelhos todos os dias em oração, clamando a Deus para que atenda a oração dos Seus servos.
A igreja precisa ter ânimo para experimentar milagres.

3) - A igreja precisa ter ânimo para seguir ao Mestre.
Vemos, no fim do texto, que Bartimeu não era um homem de muitas posses. Ainda assim, quando disseram que Jesus o chamava, lançou de si a capa, se desprendendo de tudo o que tinha de mais valioso, e partiu na direção de Cristo. Seguir ao Mestre, portanto, significa fazer com aquele homem fez: abrir mão das coisas velhas.
Note bem, não estou dizendo que precisamos largar emprego, estudos e família no momento em que resolvemos seguir a Cristo. Só estou afirmando que, se for necessário largar alguma coisa, precisaremos nos animar em fazê-lo.
Além de tudo isso, Bartimeu estava largando tudo aquilo que ele conhecia como vida até então, pois se permanecesse à beira do caminho, certamente iria conseguir as esmolas de todo dia para garantir comida. Sua cegueira lhe dava segurança. Enquanto cego, tinha garantias de um futuro bem alimentado.
Quando ele escolheu abrir mão da cegueira estava ao mesmo tempo dando um passo na direção da incerteza quanto ao futuro. Após enxergar, não mais poderia depender das esmolas.
Mesmo assim ele resolveu seguir o Mestre. Seu ânimo o fez não se importar a grande interrogação que sua vida seria dali em diante.
Conosco, as vezes, o que ocorre é que queremos que Deus conduza a nossa vida, mas não queremos Lhe entregar a direção. Não foi a isso que Cristo nos convidou. Ele nos convidou para o seguirmos sem reservas, e isso não é fácil.
É por isso que eu disse que a igreja precisa ter ânimo para seguir ao Mestre.
Seguir ao Mestre implica em andar nos caminhos que ele andou. Bartimeu, dali em diante, não poderia mais andar em uma direção somente porque queria. Ele precisaria andar na mesma direção que Cristo estava andando. Se Jesus tomasse o caminho mais longo, Bartimeu teria que fazer o mesmo. Se Jesus tomasse o caminho mais empoeirado ou mais perigoso, Bartimeu teria sempre que fazer o mesmo.
Até onde você está disposto a seguir a Cristo? Até onde está seu ânimo em correr atrás daquele que te deu a vida eterna? Até onde você aceita andar pelos mesmos caminhos que Cristo andou? É preciso ter ânimo para seguir ao Mestre.

Conclusão: Eu quero concluir esse sermão dizendo que se você não está animado o suficiente, pode ser que as pessoas ao seu redor clamem por socorro de Cristo e que você permaneça mudo como se Cristo não te interessasse. Pode ser que Jesus passe ao seu lado e você continue tão cego quanto antes. Pode ser que outros resolvam seguir ao Mestre e você permaneça no caminho, enrolado na sua capa velha, que te dá uma falsa sensação de segurança e um abrigo que mal te protege do frio.
Pode ser que você passe o resto da vida sentado na beira do caminho, de onde você vê todos os outros passando, mas sabendo que você mesmo nunca sairá do lugar.
Pode ser que você chegue ao final da sua vida e perceba que tudo o que você conseguiu foram algumas esmolas que te garantiram o pão de cada dia, mas não foram muito além disso.
Tende bom ânimo. Acorde para a vida e perceba que Cristo pode fazer muito por cada um de nós.

Que Deus abra os nossos olhos para que vejamos.

Amém!

22 de junho de 2010

O problema educacional


Olá!

Todos os dias surgem na TV, livrarias, consultórios, rádios e conversas de esquina informações novas acerca das maneiras “modernas” e “corretas” de se criar filhos. Consenso, é claro, é algo impossível nesse meio, mas há formas melhores e outras, digamos, nem tanto, de se educar os pimpolhos.

Millôr Fernandes nos apresenta uma fábula da mãe moderna diante do problema de educação na pós-modernidade.

Saboreiem essa pérola e aprendam o que for possível.


Um abraço.


A pobre mãezinha levou o filhinho ao psicanalista porque ele era incapaz de comer qualquer coisa. Ou coisa alguma. Só gostava de comer o impossível. O médico examinou o crescimento mental do menino e recomendou à mãe (dele) que não forçasse o menino a comer o que ele não gostasse.

Percebia-se nitidamente que era um jovenzinho de formação extravagante a quem se deveria oferecer apenas pratos ímpares. Assim foi que a mãezinha, muito da psicanalítica, chegou em casa e perguntou ao filhinho o que é que ele gostaria de comer. O menino nem titubeou. Disse logo:

- "Uma lagartixa".

Com grande repugnância e não menor dificuldade, a mãe(zinha) conseguiu caçar uma lagartixa e deu-a ao menino. O menino olhou a lagartixa com igual ânsia, um olho pra cá, outro pra lá, os dois olhos parando lá em cima e exclamou:

- Como é que a senhora pretende que eu coma essa porcaria assim crua. Não tem sequer manteiga?

A mãe, sempre mãe, psicanaliticamente orientada, pegou a lagartixa, pô-la na frigideira e fritou-a como o menino desejava.

- Está bem agora? - perguntou ao menino.

- Não - respondeu a peste, - parte ao meio.

A mãezinha tão Kleiniana, coitada, fez o que o menino mandava. O menino olhou a mãezinha, a mãezinha olhou o menino, o menino mexeu um olho, a mãe baixou a cabeça meio centímetro, o menino mexeu o outro olho, a mãe voltou com a cabeça à posição anterior e aí o menino impôs:

- Eu só como a lagartixa se a senhora comer metade.

- Então come que depois eu como - disse a mãe.

- Não, você tem que comer primeiro - disse o menino.

A mãezinha sentiu uma golfada de nojo, mas, que ia fazer? Mãe é mãe e, além do mais, ela tinha tantas raízes junguianas! Fechou os olhos e, para não sentir, com um gesto rápido, jogou metade da lagartixa dentro da goela, engoliu. O menino olhou-a firme, olhou a metade da lagartixa dentro na frigideira e começou a chorar:

- "Ah, ah, ah!… A senhora comeu exatamente a metade que eu gosto. Essa daí eu não como de jeito nenhum."


Moral: Quando você tiver de engolir um sapo, não há o que escolher. Mas quando tiver que engolir metade do sapo escolha sempre a metade que coaxa.

Submoral: Dizem alguns historiadores que a mãe pegou e deu uma bruta surra no garoto. Mas os historiadores que abraçam essa versão não sabem os terríveis traumas (ai, freudianos) que causam na infância esses choques físico-morais provocados por espancamentos. Todas as mães modernas preferem comer lagartixas.


Do livro: Fábulas Fabulosas Millôr Fernandes-Círculo do Livro Instituto de Aprendizagem e Comunicação Empresarial



Fonte: http://www.metaforas.com.br/metaforas/g57metaf.asp

15 de abril de 2010

Tentação de Cathy


Recentemente vi num Cartum da “Cathy” que ilustra muito bem o que pode acontecer conosco quando não controlamos imediatamente os pensamentos. Na historinha, Cathy, como sempre, está em luta com o regime.

1. Vou dar uma volta de carro, mas não vou nem chegar perto do supermercado.
2. Vou passar perto do supermercado, mas não vou entrar.
3. Vou entrar no supermercado, mas não vou à gôndola onde estão os docinhos.
4. Vou olhar os docinhos, mas não vou pegar nenhum.
5. Vou pegar os docinhos, mas não vou compra-los.
6. Vou comprar os docinhos, mas não vou abrir a embalagem.
7. Vou abrir a embalagem, mas não vou cheira-los.
8. Vou cheirar, mas não vou provar.
9. Vou provar, mas não vou comer.
10. Vou comer... comer, comer, comer, comer!!!

Observe esta história e responda: quando foi que Cathy perdeu a batalha contra a gula? Muitos dirão que foi no 10. Alguns talvez afirmem que foi no 9. Contudo, quem respondeu 2, acertou. No instante em que ela tomou a decisão aparentemente inofensiva de passar perto do supermercado, perdeu a luta.
Existem muitas pessoas perdendo a luta contra a tentação e o pecado da mesma forma como Cathy. Perdemos quando não atentamos para o tamanho da tentação e supervalorizamos nosso poder de resistência.

(Gary J. Oliver – Como acertar depois que você já errou)

19 de março de 2010

De onde vem o meu socorro?

Texto: Salmo 121
1 Elevo os meus olhos para os montes: de onde me virá o socorro? 2 O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. 3 Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. 4 É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. 5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. 6 De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. 7 O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma (vida). 8 O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.

Introdução:
Para entendermos bem o que o salmista quis expressar quando escreveu este salmo, precisamos entender a realidade em que ele foi escrito. Os montes em redor das cidades eram lugar de adoração a outros deuses, para buscar o socorro destes. De manhã, antes mesmo do sol sair, muitas pessoas iam até os cumes dos montes para acender fogueiras e queimar ofertas nos altares desses deuses, na intenção de acordá-los com a fumaça que subia das ofertas queimadas, para que, assim, eles pudessem gerar proteção ao longo do dia.
Hoje não temos mais altares visíveis, onde queimamos nossas ofertas ou acendemos nossas fogueiras, mas, no entanto, recheamos nosso coração de pequenos altares, erigidos para os mais diversos tipos de deuses, na esperança de que algum deles possa nos servir de socorro em algum momento.
Por mais que pensemos que estamos imunes à idéia de cultuar algum desses pequenos deuses, a verdade é que muitos de nós se entregam, ás vezes sem perceber até, à prática de colocar na criação mais esperança do que deveríamos.
Se você ainda não consegue concordar comigo, te convido a pensar sobre: de onde vem o meu socorro? (tema da mensagem)

Ponto 1: O meu socorro não vem das coisas

Como eu disse, muitos dos que estão dentro da igreja hoje já sucumbiram à prática de colocar na criação mais esperança do que deveriam. Muitos acham que a felicidade está ligada ao ter algum bem específico, e acabam por viver como se este bem é que fosse a fonte de seu socorro.
Ao longo de nossa vida nos acostumamos a perceber que o dinheiro nos abre portas, e isso acostuma mal o ser humano. Quem tem muito dinheiro acaba desenvolvendo uma falsa idéia de onipotência. Passa a se achar imune a tudo, e o dinheiro (ou as coisas que ele consegue) passa a ser nosso socorro.
A falha, nesse caso, é justamente ancorar sua segurança em algo que não pode lhe dar essa almejada segurança. O Apóstolo Paulo nos diz que esse é um erro tremendo, e que as pessoas que agem assim, achando-se sábias, na verdade são loucas, porque “mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador” (Rm 1:25).
Você pode até pensar: “isso não é pra mim, pois eu sei que minha esperança não está nas coisas”. Ótimo! No entanto, se nosso socorro não está nas coisas, porque vivemos como se elas fossem tão importantes? Por que damos ao trabalho mais importância do que ele merece? Por que precisamos ter dinheiro sempre, e cada vez mais? Por que não aprendemos a cultivar a simplicidade e a viver com pouco?
Para a grande maioria das pessoas a resposta é: “porque, embora eu gostaria de crer de forma diferente, o meu socorro está, sim, nas coisas”!
Não faça isso. Não viva assim. Não deixe a criatura (no caso a matéria, o papel, o metal, as coisas) tomarem o lugar do criador.
Se o meu socorro não vem das coisas, de onde vem o meu socorro?

Ponto 2: O meu socorro não vem das pessoas

Quando falamos em pessoas, precisamos nos lembra que existem dois tipos de pessoas: nós e ou outros. Portanto há os que acham que o socorro está no outro, enquanto alguns acham que o socorre está em suas próprias vidas.
Um jornalista, já falecido, chamado Paulo Francis, disse, certa vez, que acreditava que iria para o céu pelo fato de que Deus, sem dúvida, iria querer lá, no céu, uma pessoa com a inteligência dele. Ele cria nele mesmo. Ele era o seu próprio socorro.
O pastor Paulo Romeiro, no entanto, em seu livro “super-crentes”, escreve uma frase ótima, que nos serve de alerta nessas horas: “Só existe um Deus, e Ele não é você”.
No entanto, para algumas pessoas, como por exemplo os mais novos, ou mulheres que consideram o marido quase um super-herói, o que ocorre é que, ao invés de pecar por confiar excessivamente em si mesmos, peca-se por confiar excessivamente em uma outra pessoa.
Quando isso ocorre, corre-se o risco de achar que a piedade, a santidade, a vida devocional ou a fé dessas outras pessoas, geralmente nossos pais, nossa esposa ou marido, pode nos garantir lugar no céu. ERRADO!
Deixe-me dizer uma verdade. Filhos: os seus pais não têm a capacidade de ser o socorro de vocês. Mulheres: os vossos maridos não têm a capacidade de ser o vosso socorro. E isso porque nenhum deles tem a chave dos céus. A porta dos céus, portanto, eles não podem abrir para ninguém, por mais que vocês, ou que eles mesmos, queiram.
Se o meu socorro não vem das coisas e nem das pessoas, de onde vem, afinal, o meu socorro? Da igreja, certamente!

Ponto 3: O meu socorro não vem da igreja

Certa vez ouvi um pastor falar sobre um aconselhamento que fez. Disse que uma mãe chorava muito, pois havia criado o filho na igreja e o rapaz enveredara pelo mundo do crime. O pastor, então, conhecendo o tipo de educação e de atenção que aquela mulher havia dado ao filho, disse: lugar de se criar filho não é na igreja. É em casa!
Muitas vezes transferimos para a igreja uma tarefa que é nossa, como a de criar filhos, por exemplo. Tudo bem que às vezes isso ocorre por descuido nosso, por falta de tempo, por incapacidade pessoal nossa, por falta de paciência... mas muitas vezes isso ocorre porque nossa esperança é que a igreja consiga salvar meus filhos ou até mesmo a mim.
Isso é fruto de uma mentalidade encharcada com a teologia romanista de que a chave do céu foi dada à igreja por Cristo, e que, por isso, a igreja pode abrir tais portas para nós ou para nossos filhos. ERRADO! Se não podemos depositar nossa fé nas pessoas, também não podemos fazê-lo com a igreja, porque a igreja é um conjunto de pessoas.
Certa vez alguém que estava insatisfeito com a igreja escreveu que ela era como a arca de Noé: só se agüenta o cheiro do lado de dentro por causa do dilúvio do lado de fora! Apesar de eu não gostar dessa afirmação, preciso concordar que os defeitos que há na igreja às vezes nos empurram para fora dela.
Somos a comunidade dos santos, somos o grupo dos eleitos, somos os portadores das boas novas, mas isso não nos torna perfeitos e nem tampouco dá a nós a chave do céu para que possamos abri-lo para ninguém. A igreja não pode nos garantir nada além de instrução, comunhão e suporte. Ela não tem a capacidade de te salvar pelo simples fato de que ela não morreu por você!
Mas afinal, pastor, se o meu socorro não vem das coisas, nem das pessoas, nem tampouco da igreja, de onde vem o meu socorro? Vamos deixar que o salmista responda:
Ponto 4: O meu socorro vem do Senhor
Como eu expliquei no começo, os montes em redor das cidades eram lugar de adoração a outros deuses, para buscar seu socorro. De manhã, antes mesmo do sol sair, muitas pessoas iam até os cumes dos montes para acender fogueiras e queimar ofertas nos altares dos deuses, na intenção de acordá-los, para que assim eles pudessem gerar proteção ao longo do dia.
Quando o salmista eleva os olhos para os montes, vê a fumaça da adoração profana e se pergunta: de quais destes deuses me virá o socorro? E a resposta é: De nenhum. O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.
E ele continua dizendo: é Ele, e não outro, que não permitirá que os seus pés vacilem. Não dormitará aquele que te guarda. Em outras palavras: se os deuses de vocês precisam ser acordados, o meu nem mesmo dorme.

E eu quero concluir lendo o final do Salmo: Versículos 7 e 8. “7 O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma (vida). 8 O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre”.
De onde nos vêm o socorro? Das coisas? Das pessoas? Da igreja? Não! O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.

Que Ele mesmo nos guarde e nos abençoe.

Amém.